terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crescer

A gente precisa desejar a morte pra aprender a viver. Precisa ter vontade de conhecer a sensação de se jogar na frente de um carro em velocidade alta, sentir que sua dor passou do chão, que o inferno não é o pior lugar, mas sim a Terra. Precisa conhecer quem está do seu lado e, pelo menos uma vez, ter vontade de nunca tê-los conhecido. Ter vontade de esquecer do passado assim que acordar no dia seguinte, de não sofrer.
Esse é o problema. Talvez um dos maiores. A gente se arrepende, e quase sempre é da maioria das coisas da nossa vida. Se ilude, sofre, chora, pensa que tudo é melhor que sua vida. A gente nunca pensa que, tambem, na maioria das vezes, as coisas acontecem pra acordarmos, e darmos valor a coisas esquecidas, pessoas novas, surpresas tristes mas que irão trazer coisas positivas. E se não trouxer? A gente aprende. Tudo tem um por quê, mesmo não sendo o que queremos. É pra isso que servem as decepções.

(20 de Junho de 2011)

Valentine

A verdade é que quando está no começo, você promete a si mesma que não vai se tornar dependente, não vai se deixar levar, não vai correr risco, não vai perdoar. Quando vê, está dependente daquele colo, dependente do beijo, dependente de tudo. Está aceitando tudo, compartilhando tudo, entendendo tudo. Você corre riscos, sorri e decide perdoar porque mesmo que a sinceridade seja parte dos seus principios, ele se tornou muito mais parte de você do que qualquer coisa que você tem desde sua evolução em vida.

(16 de Setembro de 2011)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O excesso da falta (que você me faz)

Hoje eu vejo aquela simplicidade. A falta de algo representando união, falta de gestos, de motivos por me amar, de comunicação em excesso, de passado, mas excesso de expressão, sentimento, olho no olho, sorrisos sinceros e vagarosos. Eu vejo o que a maturidade me deixou ver só agora, sem você. Vejo o que antes, era bobeira, era coisa que acreditei, eu, que viraria rotina.
Eu me retirei da rotina. Me deixei levar por pensamentos levianos, por falta de aventura. Foi por falta que sofri em excesso. O excesso me fez amadurecer, me fez perceber que a imaturidade não foi a culpa, mas sim a vontade de ser quem eu não era.
Nunca fui do tipo que gostava de coisas novas, mas eu preferi assim. Deixei o que eu queria pra trás por medo da falta de amor. Quem era eu pra pensar em falta diante de uma pessoa que um dia me ofereceu em excesso? Hoje, a simplicidade do seu amor, dos seus sorrisos e das suas palavras é que me fazem uma gigantesca falta de não ter nada, muito menos em excesso.

(Me.)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amplitude vital

Às vezes a garganta fica seca, arde, coça mas a gente engole. Às vezes a vida nos chicoteia, derruba nos chão e não há outra alternativa do que se jogar ao prepício. Tem vezes que você sabe que um colo de mãe faria muito bem naquele momento, mas ele está tão longe, ou melhor, você está tão longe. Teve todo tempo do mundo pra querer, e quando quis, não pôde. Às vezes, naquela reunião de família, aquela prima pequena pergunta coisas do tipo "De onde eu vim, mamãe?'', e a família toda se pergunta o que ao certo responder. E então, ela mesmo tem a resposta na ponta da língua, sem saber ao menos, o que significa o que está falando. Às vezes, por querer demais uma coisa, ela não acontece. Em outras, se quer tão pouco mas com fé que não demora a acontecer. Tem gente que diz que Deus só existe pra quem frequenta igrejas, mas e se eu não desejar? Há quem encontre Deus em si, no outro, no próximo, na boa ação, na alma.
Tem homem que assiste futebol gritando e provocando times adversários como se ganhassem o salário do jogador para insistir nas provocações. Tem também aqueles que a única pergunta sobre futebol é: "Pra que você vê isso?" Mas eles nem sempre são os melhores maridos.
Existem tantos momentos, tantas diferenças, tantas coisas a se discutir. A vida nos proporciona a discussão, o descontentamento, o suprir das necessidades. Mas às vezes existem pessoas que se prendem ao amor, a trabalho, a coisas amplas que ficam pequenas demais por serem a única coisa existente em sua mente. E então você se afunda no amor, se demite do trabalho e esquece. Esquece que a vida é tão ampla, tão desejada, tão explorável pra se tornar prisioneira a pequenas coisas.

(18 de Abril de 2011)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Seis horas é muito sem você


Fica fácil falar. Enquanto penso em nós, as palavras se deixam levar.
Minha cama está tão fria! Meus olhos entregam o medo de dormir sozinha. Você teve que ir, afinal é de manhã. Levou meu coração e deixou pedras.
Eu me reviro mil vezes na cama, não consigo fechar os olhos. Te ligo e você não atende. A mensagem chega: estou em reunião meu amor. Há um ano atrás eu nem me importaria. Na verdade, dormiria muito bem sozinha. Mas hoje é diferente. Eu larguei meu mundo inteiro por você. Deixei minha cama, minha casa, minha família pra viver um futuro ao seu lado.
Cada vez que você deixa a cama, dói. Eu não consigo existir sem você e a cada vez que vai trabalhar, refaço seus passos. Lembro dos seus beijos, do seu banho enquanto canta pra mim, do seu sorriso enquanto troca de roupa, da sua vontade de ficar na cama enquanto peço, da chave trancando a porta da nossa casa. E então eu me deito sobre a porta e te espero. Você já é tão acostumado! Chega, me pega no colo e me faz carinho sorrindo até eu acordar. Me lembra o quanto nosso amor é forte e eu te lembro o quando é dificil ficar seis horas sem você. E que vai ser assim todos os dias, porque eu te amo muito pra ficar sem nosso coração.

Explicação do Amor


E de repente eu me vi virando arma do acaso. Era levada, empurrada, mutilada para todos os lados, independente de querer ou não. Andava pela rua depois do trabalho, e lá estava eu pensando: E se por acaso o amor da minha vida estiver andando por aqui, e nos encontremos?
Chegou uma hora em que era impossivel não lembrar. Tudo era obra do mágico acaso. Cheguei até pensar que tudo na vida existe um porque. Envelheci e madura, parei de pensar na palavra pertubadora. Em uma noite qualquer, andando pela calçada a volta pra casa, depois de jantar sozinha, me vi entrando na vida de alguem. Um homem, cuja idade eu não consegui decifrar. Ao mesmo tempo que aparentava ser novo demais para mim, aparentava ser mais maduro que eu. Sorri e continuei andando. Deixei pelo acaso.
Hoje tenho 34 anos. Há quatro anos, estou com o meu amor que pensei encontrar naquela tarde. Eu atrai o que queria, mesmo demorando. Pensei que teria e tive. E se tudo me faltasse na memória, nem assim eu esqueceria que fui vitima ilesa do acaso. E me tornei uma serendipity, um belo acaso afortunado!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

You found me

Ele: Por que você diz que não acredita mais no amor?
Ela: Porque simplesmente não há motivo para lhe dizer o contrário.
Ele: Ora essa, respostas óbvias não preciso. Seja mais direta.
Ela: Pra que amar em um mundo onde homens te tratam como uma qualquer, onde não existe um carinho, afeto, somente carência e sexo? Além do mais, pra que me dedicar a alguém que nem sabe o que sinto? Me diga, pra que correr o risco de destruir meu coração em pedaços novamente? Não, não vale a pena pra mim, não mais.
Ele: Novamente, como assim? Me explica, se sentir a vontade.
Ela: Creio eu que já saiba que toda garota na juventude tenha sentido algo e logo dizera que era amor. Eu disse a alguém, e me machuquei ouvindo que era só uma garota imatura e maluca dizendo sobre algo que não conhecia. Talvez eu não conhecesse mesmo, nem queira conhecer.
Ele: E se eu quiser?
Ela: O que está querendo dizer com isso, Brian?
Ele: Estou querendo dizer que eu nunca amei. Nunca tratei garotas como você disse. Sempre fui dedicado em algo que não me interessava. Hoje eu encontrei algo que quero me dedicar. Amor. E não importa quando tempo demore.
Ela: Você... han... quer aprender sobre o... han.... amor?
Ele: Quero.
Ela: Você sofrerá tanto! E no final vai lembrar de tudo que lhe disse. No começo é bom, traz felicidade aos dias dificeis, traz paz, sorrisos, fotos malucas, coisas malucas... mas depois começa. Começa a dor, a falta de correspondencia, o choro durante noites e noites... Enfim, é nessa hora que se lembrará de mim.
Ele: Não, não será na hora da dor. Porque eu escolhi você pra ser minha felicidade. Pra eu aprender sobre esse tal de amor.
Ela: .... mas...
Ele: Não diz nada, eu não quero suas palavras negativas. Quero te mostrar uma forma certa e bonita do amor. Eu te encontrei. Eu sou o que você procurava, por isso antes sofrera. Agora serás feliz, te prometo.
E então, tudo foi como ele havia dito. Pena que dois meses depois ele se fora levando em seu coração todo o amor que sentira por Esme, e a promessa de faze-la feliz se cumpriu. Em tão pouco tempo ele conseguiu fazer com que ela sentisse amor de verdade. E ela partiu de angustia por ficar sem ele dias depois de seu enterro.
Da forma como deve ser todo amor.